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Sábados Literários: Academia homenageou Paixão Cortês na Feira do Livro

05 de novembro de 2018

(Notícia original do jornal CORREIO DO POVO - por Cláudio Isaías)

As lembranças e legados deixados pelo compositor, folclorista, radialista e pesquisador da cultura gaúcha Paixão Côrtes, falecido aos 91 anos em 27 de agosto deste ano, foram os temas das palestras dos escritores Waldomiro Manfroi e Alcy Cheuiche na manhã deste sábado (03/11/2018) na 64ª Feira do Livro de Porto Alegre. O evento ocorreu no auditório do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), na Praça da Alfândega. A homenagem foi prestada pela Academia Rio-Grandense de Letras e teve apoio do Instituto Estadual do Livro.

Em 1947, Paixão Côrtes liderou os estudantes que fundaram o Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil do Colégio Júlio de Castilhos e que deflagraria o Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ele e sete colegas, trajados e montados tipicamente à gaúcha, algo inédito na época, formaram o “Piquete da Tradição” que desfilou e fez guarda de honra da urna funerária dos restos mortais do general farroupilha Davi Canabarro. Solenidades culturais e cívicas, além de festivais de música e movimentos de afirmação de ser gaúcho, entre outros reflexos, surgiriam nas décadas seguintes graças ao pioneirismo daqueles estudantes.

Para Alcy Cheuiche, que recordou a convivência junto com o amigo, a maior obra de Paixão Côrtes foi resgatar a identidade cultural do gaúcho. “Ele teve a coragem”, resumiu, lembrando que na época de juventude havia uma norte-americanização muito forte. “Ele não era radical e sabia entender as coisas. Quando entrou a guitarra elétrica nos festivais de música foi aquele escândalo. Paixão Cortês disse que não havia problema e que a guitarra elétrica iria atrair os jovens à música gaúcha e não só no rock”, lembrou.

O escritor Alcy Cheuiche destacou ainda que a mais importante herança de Paixão Côrtes foi recuperar as músicas e danças típicas gaúchas que ainda existiam nos rincões do Rio Grande do Sul. “Ele fez uma pesquisa científica. Ele levava um gravador para toda a parte. Achava nos fundões alguém para resgatar um ritmo de época, aquelas festas folclóricas...”, ressaltou. “Tenho boas recordações dele”, concluiu.

Já Waldomiro Manfroi abordou na palestra as “múltiplas particularidades que se dedicou Paixão Côrtes na parte cultural, artística e literária”. Observando que o folclorista é o único membro honorário da Academia Rio-Grandense de Letras, o escritor revelou, por exemplo, a influência de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa sobre os imigrantes italianos que deixaram o Rio Grande do Sul e foram ocupando Santa Catarina e Paraná, além do Centro Oeste e até na Região Amazônica. “Eram colonos e não gaúchos, não tinham nada de tradição”, explicou.

Ele acrescentou que os imigrantes tornaram-se “cultuadores da tradição gaúcha” e muitos abriram e presidiram até centros tradicionalistas fora do RS. “A cultura gaúcha foi difundida. No mundo da globalização, a aldeia mantém seu espírito, verdadeiro ou não, em representar a realidade do gaúcho. O que importa é que a pesquisa do Paixão Côrtes foi autêntica, real e existe”, disse.

 

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Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 36

Lindolfo Collor

Lindolfo Collor nasceu em S. Leopoldo, em 4.2.1890 e faleceu no Rio de Janeiro, em 21.10.1942. Era filho de João Boeckel e de Leopoldina Schreiner Boeckel. Sua mãe enviuvou e contraiu novas núpcias. Lindolfo adotou o sobrenome Collor do padrasto.

Lindolfo Collor estudou o primário na Barra do Ribeiro, RS, e o secundário na escola do professor Emílio Meyer, em Porto Alegre. Diplomou-se em Farmácia, em Porto Alegre e na Academia de Altos Estudos Sociais e Econômicos do Rio de Janeiro, em 1922

Em 1908 trabalhou como jornalista em Bagé e depois dirigiu o Correio...

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