SOBREA ACADEMIA RIO-GRANDENSE DE LETRAS
Mais de um século de histórias para contar
A Academia Rio-Grandense de Letras foi fundada no dia 1º de dezembro de 1901 e a sessão solene de instalação ocorreu no Club do Comércio no dia 10 de maio de 1902, sendo orador oficial Alcides Maya e primeiro Presidente Aurélio Veríssimo de Bittencourt, logo substituído por Olintho de Oliveira. Sucedeu o Parthenon Litterario.
O Parthenon Litterario foi fundado em 18 de junho de 1868 pela iniciativa de Apollinario José Gomes Porto Alegre e José Antonio do Valle Caldre Fião.
A Profª Drª Maria Eunice Moreira sintetizou o perfil do Parthenon:
“Constituída no momento em que as novas ideias republicanas invadiam as terras sulinas e os gaúchos estavam empenhados nas movimentações da Guerra do Paraguai, a Sociedade Partenon Literário poderia passar à história como mais um desses fracassados empreendimentos. Fundada em Porto Alegre, em 18 de junho de 1868, com o propósito de organizar a vida literária no Rio Grande, a entidade cumpriria esse objetivo e assumiria uma posição de destaque, tornando-se o marco fundamental da literatura e da cultura regionais”.
Apollinario José Gomes Porto Alegre, o fundador, escreveu:
“O dia 18 de junho de 1868 marcou uma grande época. Ergueu-se um monumento. Os alicerces forão lançados sob os auspicios de horrenda tempestade. Parecia que terra e céos conspiravão contra uma idéa em sua sublime realisação”.
O Parthenon Litterario organizou a literatura rio-grandense, criou enorme biblioteca, Museu, instituiu curso noturno para pessoas do povo; lutou contra a escravatura e, parte de si, a favor da República.
Nas palavras de Achylles Porto Alegre:
“A inauguração do Parthenon effectuou-se no mesmo sitio em que está a cappela São José. á rua de Bragança. Nessa ephoca o edificio pertencia á sociedade musical Firmesa e Esperança, constituida de empregados do commercio e de funccionarios publicos”.
O final do Parthenon foi lento e gradual. Apollinario faleceu em 1904, mas, antes, participou da fundação da Academia Rio-Grandense de Letras.
A Academia Rio-Grandense de Letras contou com 25 membros fundadores, a maioria ligada à imprensa: Apollinario José Gomes Porto Alegre, Caldas Júnior, Zeferino Brazil, Apelles Porto-Alegre, Mário de Artagão, Achyilles Porto-Alegre, José Carlos de Sousa Lobo, Sebastião Leão, Joaquim Alves Torres, Andrade Neves Neto, Paulino Azurenha, Aurélio Júnior, Mário Totta, Marcelo Gama, Olinto de Oliveira, Tito Vilalobos, Alcides Lima, João Cândido Maia, Alcides Maya, Alfredo Ferreira Rodrigues, José Romaguera da Cunha Correia, Lourenço da Fonseca, Alfredo Lisboa, Benjamin Flores e Ernesto Silva.
Nos anos seguintes, ao longo da primeira metade do século XX, a Academia passou por diversos períodos de inatividade e desarticulação, tendo então surgido outras instituições com idêntico desiderato – constituir o mais elevado sodalício de culto à arte literária e à língua portuguesa no Rio Grande do Sul. Por fim, em 1944, deu-se a fusão das duas academias então em atividade no Estado, consolidando-se, a partir daí o Silogeu que, até hoje, segue continuamente em atividade, inspirada nos moldes da Academia Francesa e da Academia Brasileira de Letras, com 40 membros efetivos, eleitos a partir de critérios de mérito literário e relevância na cena literária gaúcha.
Em 1980, Dante de Laytano, presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, conseguiu concretizar um antigo sonho dos acadêmicos: reiniciar a publicação da Revista da Academia Rio-Grandense de Letras. Em 2015, a Revista atingiu a vigésima quinta edição.
A Academia Rio-Grandense de Letras foi distinguida pela Academia Brasileira de Letras com a Medalha Machado de Assis, entregue, solenemente, em sessão especial, pelo ministro Ivan Lins. A Academia de Letras da Bahia agraciou sua coirmã gaúcha com a Medalha Cinquentenário.
Desde dezembro de 2010 a Academia Rio-Grandense de Letras mantém o site www.arl.org.br, com informações sobre a Academia, patronos, sócios, artigos, relações de livros dos associados e notícias.
Por muitas décadas a Academia não teve sede própria e os acadêmicos reuniam-se em próprios de outras instituições. Graças aos esforços dos acadêmicos Dante de Laytano e Francisco Pereira Rodrigues, este, hoje, Presidente de Honra da Academia, o Governo estadual concedeu ao Sodalício o conjunto 1002, no Edifício Santa Cruz, Rua dos Andradas, 1234, em 1992. Alguns anos depois, o conjunto foi doado à Academia Rio-Grandense de Letras.
ESTATUTO REGIMENTOINTERNO