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Resenha de "A Saúde dos Ventos", de Waldomiro Manfroi - José Carlos Rolhano Laitano

27 de janeiro de 2016


 
A Saúde dos Ventos, de Waldmiro Manfroi é livro para ler sem pressa. Traça extenso panorama a respeito da Medicina em particular, desde os gregos, sob o olhar da literatura, incluindo  personagens que viveram no início do século passado; e panorama da Porto Alegre antiga, o que inclui alguns que criaram o Parthenon Litterario.
 
Logo no primeiro capítulo, tendo como justificativa literária a sessão de transmissão de posse na Direção da novata Faculdade de Medidina, os personagens que ali surgem estabelecem, desde logo, o olhar sobre o fazer médico e as escolas de Medicina.
 
E nesse mesmo capítulo, o Autor insere um poema sensível que retrata o atendimento de um médico burocrata e sua aflita paciente.
 
O viés literário escolhido por Waldomiro Manfroi permite o encontro suave, apetecível do leigo com as questões profundas da Medicina, seu conceito, sua finalidade – e isto sucede mesmo quando aborda aspectos mais técnicos. Um trabalho de difícil execução que profissionais e estudantes da área da saúde têm obrigação de ler, se a sua vontade professional está além de ganhar dinheiro. E todos nós outros que gostamos de romance histórico, nas palavras da Profa. Dulcinea Santos, da Universidade de Pernambuco, que assina o Prefácio.
 
Quase ao final do primeiro volume – o que está publicado – um personagem diz que os três primeiros romances brasileiros foram escritos por médicos.
 
-       Por médicos? – perguntou o Diretor Ramiro Souto, olhando firme para seu interlocutor por sobre os óculos.
-       Por médicos, sim senhor! – respondeu Prof. Humberto, enfático, fornecendo detalhes de sua descoberta.
-      O primeiro, A Moreninha, foi publicado pelo médico Joaquim de Macedo, em 1844; o Segundo e o terceiro pelo também médico Caldre e Fião, A Divina Pastora em 1847, e O Corsário, em 1849.
-       Mas este é um fato auspicioso, que deve ser conhecido pelos professores e pelos alunos! – exclamou o Diretor Ramiro Souto.
-     Também penso assim – respondeu Prof. Humberto. – Durante minha pesquisa, percebi que a Literatura e a Medicina sempre andaram juntas através dos tempos. E havia razões para tanto: ambas se envolvem com o sentimento das pessoas.
 
A Saúde dos Ventos, de Waldomiro Manfroi, é edição da BesouroBox, 2015.

Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 6

Apolinário Porto Alegre

(por Moacyr Flores)

Apolinário Porto Alegre nasceu na cidade de Rio Grande, RS, em 29.8.1844, filho de Antônio José Gomes e de Delfina Joaquina da Costa Campello. Seus ancestrais pelo lado materno eram de Lisboa e dos Açores pelo paterno. Seu pai, tendo um homônimo em Rio Grande, acrescentou Porto Alegre ao nome a fim de evitar maiores confusões.

Antônio José Gomes, funcionário da Fazenda, teve sua transferência no cargo de inspetor para a Alfândega de Porto Alegre, aonde chegou em 12.10.1859. O jovem Apolinário continuou seus estudos no colégio...

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