CADEIRA 20

ACADÊMICOSQUADRO ACADÊMICO

João Simões Lopes Neto

João Simões Lopes Neto, descendente da nobre linhagem patrícia chefiada por seu avô, o Visconde da Graça, nasceu em uma estância situada nos arredores de Pelotas, em 09 de fevereiro de 1865, tendo como pais Catão Bonifácio Simões Lopes e Teresa de Freitas Lopes. A formação escolar de Simões Lopes completou-se no Rio de Janeiro, onde esteve matriculado, a partir de 1878, no famoso Colégio Abílio, dirigido pelo Barão de Macaú-bas, mais tarde retratado por Raul Pompéia como o Aristarco de O Ateneu. Em 1880 iniciou o Curso de Medicina, mas não o concluiu. Excetuado o breve período que passou na capital do país, parece que raríssimas vezes afastou-se de sua cidade natal.

Sua carreira foi em parte comercial e em parte na imprensa jornalística. Foi, em 1913, auxiliar do comércio em Pelotas e funcionário da alfândega local. Recebeu diploma pela Academia de Comércio de Pelotas e, algum tempo depois, ganhou o título de Capitão da Guarda Nacional. A sua passagem pelo comércio pode ser traduzida como uma invariável seqüência de desastres, já que perdeu todo o dinheiro que tinha. Na imprensa ocupou, em 1896, o cargo de redator de Opinião Pública, organizou e editou a Revista do 1oCentenário de Pelotas em 1912, foi diretor do Correio Mercantil de 1914 a 1915 e redator do Diário Popular.

Simões Lopes Neto foi um homem da cidade, ficando longe do protótipo do campeiro rústico que alguns imaginaram mais tarde. A estância e seus habitantes pertenciam somente à sua infância e talvez, por isso, tenham sido fonte de inspiração de sua obra. Não obteve em vida reconhecimento literário já que a publicação de Contos gauchescos ocorreu em 1912 e as Lendas do Sul foram impressas em 1913. Apesar de ainda estar vivo quando os dois livros foram publicados, Simões Lopes Neto não chegou a ver sua obra reconhecida.

Além do conjunto formado por contos e lendas, que depois passou a ser editado em um só volume, ele reuniu, em 1910, o acervo sul-rio-grandense na compilação do Cancioneiro guasca. São publicações póstumas os Casos do Romualdo, recolhido em 1952 do arquivo do Correio Mercantil, e o ensaio Terra gaúcha, descoberto em 1955. Sua literatura teatral, quase toda dedicada ao gênero cômico, leve pouquíssimos textos editados. Autor regional, folclorista, tradicionalista e teatrologo, Simões Lopes Neto foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras em sua primeira fase. Faleceu em 14 de junho de 1916 na sua cidade natal, Pelotas.

Dados pesquisados em:
CHAVES, Flávio Loureiro. Matéria e Invenção - Ensaios de Literatura. Porto Alegre: UFRGS, 1994.
MARTINS, Ari. Dicionário Escritores do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1978.

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Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 27

Aníbal Teófilo

Aníbal Teófilo da Silva nasceu em Humaitá, no Paraguai, em 21 de julho de 1873. Seu pai, um oficial gaúcho do Exército Brasileiro servia no Paraguai e ali residia com a esposa quando o bebê Aníbal nasceu.

Jornalista e boêmio era conhecido por seu temperamento versátil. Residiu em diversos estados do Brasil e em Portugal. Foi redator da Careta a partir de 1908 no Rio de Janeiro. Poeta de Rimas, livro de poesias publicado em 1911, Aníbal Teófilo foi assassinado por Gilberto Amado em 19 de junho de 1915.

Gilberto Amado era membro da...

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