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JÚLIO CONTE TOMA POSSE NA ARL

07 de maio de 2025

     O reconhecido escritor, diretor de teatro, psicanalista, Júlio César Conte tomou posse na Academia Rio-Grandense de Letras, passando a ocupar a Cadeira nº 16, cujo Patrono é Arthur Pinto da Rocha. A solenidade pública foi realizada às 19h do recente 25 de abril de 2025, na Casa da Memória Unimed, na Rua Santa Terezinha, nº 263, nesta capital. Prestigiaram o evento inúmeros amigos, familiares e, igualmente, os confrades e confreiras da ARL: José Eduardo Degrazia, Tabajara Ruas, Júlio Conte, Rossyr Berny, Luiz Coronel, Roberto Schmitt Prym, Airton Ortiz, Pio Furtado, Élvio Vargas, Nilson Luiz May, Antônio Carlos Côrtes e Zélia Dendena Sampaio.

     Inspirado, o empossando destacou em seu discurso: “Sonho é a primeira palavra que preciso falar neste momento. Sonho é a matéria do qual somos feitos, segundo William Shakespeare.  Sonho que a literatura possa dar sentido e significado para a vida de todos, sonho que represente a dignidade de expressar, representar e apresentar o homem para si mesmo em toda extensão da complexidade, contradições, delírios e interdições que se possa conter. Sonho, a realização de um desejo que nos insere no mundo social e sonho com ficções que, justamente por serem ficções transformam a realidade, afirmando compromisso de viver o tempo presente e o tempo sonhado, inserido nos elementos essenciais que constituem a cultura, que nos livra da barbárie e de todos os fanatismos. Sonho que se tenha inspiração para enfrentar os fantasmas silenciosos que habitam o íntimo humano. Enfrentar espectros, sempre à espreita, à beira da loucura, sempre de sentinela em seu trabalho sem fim.”

     Júlio Conte, consagrado diretor das artes cênicas, comenta: “Se no teatro todas as histórias já foram contadas, o que importa é que cada um conte a sua. Textos que escrevi sempre tiveram contribuição dos atores e grupos. Não escrevo sozinho nem me fascino com o próprio dos pensamentos. Não me preocupo com originalidade pois a sensação geralmente é fruto de esquecimento.  Preocupo-me com a singularidade do testemunho.”

     Com seu estilo de refinado escritor, brindou a todos com profundas ideias: “A língua sempre inventa uma nova língua, sem perder seu caráter subversivo e libertador. Caráter singular daquele que se expressa. Um constante processo de reinvenção. Os caminhos e dos descaminhos subvertem e reinventam a literatura. E nos salvam das armadilhas da ilusão. A literatura é aquilo que está sempre além de nós, aquilo que buscamos, aquilo que nos transcende, as vezes nos encontra, aquilo que nos amanhece.”

E os aplausos no encerramento da cerimônia destacaram o brilho da posse acadêmica.

Sobre o acadêmico:

     Júlio César Conte nasceu em Caxias do Sul, 1955. É psicanalista, formou-se em direção teatral em 1984 e em medicina em 1985 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sua obra mais destacada é "Bailei na curva", o maior sucesso do teatro gaúcho de todos os tempos, e que retrata as décadas de 1960, 1970 e 1980 através da visão de sete pessoas, da infância à idade adulta. A peça teatral estreou em 1º de outubro de 1983, no Teatro do IPE em Porto Alegre, portanto, completando 42 anos. Foi a primeira produção teatral gaúcha a se apresentar no renovado Theatro São Pedro em 1984.

Premiações:

     Júlio Conte ganhou vários prêmios de teatro adulto e infantil, e entre eles se destacam: 

Prêmio Açorianos - Melhor Espetáculo e Melhor Direção - por Não pensa muito que dói, em 1982; Prêmio Açorianos – Prêmio Especial do Júri – para Bailei na curva, em 1983; Troféu Mambembe - Os Melhores do Ano: Prêmio Inacen do Ministério da Cultura - para Bailei na curva, dirigido na cidade do Rio de Janeiro, em 1985; Festival Internacional de Expressão Ibérica, na cidade do Porto, em Portugal - representante do Brasil com Bailei na curva, em 1986; Prêmio Açorianos de Melhor Texto Teatral - por Se meu ponto G falasse, em 1998; Prêmio Açorianos de Literatura para Texto Dramático - por Se meu ponto G falasse, em 1999; Troféu Quero-quero de Melhor Diretor pelo Sindicato dos Artistas - por Pedro e a girafa; Prêmio Corpo Santo de Dramaturgia Infantil - por Vamos brincar de apagar a luz; Prêmio Açorianos de Melhor Texto Dramático - por O rei da Escória, em 2005.

Rossyr Berny, Jornalista, ARL
Presidente do Fórum Rio-Grandense
 das Academias de Letras

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Leia o discurso completo aqui

Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 26

João Borges Fortes

João Borges Fortes nasceu em São Gabriel, Rio Grande do Sul, em 02 de maio de 1872, filho de João Pereira da Silva Borges Fortes e Francisca de Paula Borges Fortes. Cursou o ensino primário em Encruzilhada, em sua cidade natal e no Colégio Nossa Senhora da Conceição de São Leopoldo. Em 1890, formou-se bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Militar de Porto Alegre e, em 1899, Engenheiro militar pela Escola Militar do Rio de Janeiro.

Foi Oficial do Exército, recebendo os galões de alferes-aluno em 1892....

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