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Os discursos de posse de Dilma Rousseff no primeiro dia de 2015 - Raul Moreau
22 de fevereiro de 2015
Texto originalmente publicado no Portal Mix em janeiro de 2015
Foi assim que analisei o somatório da fala segura e correta da Presidenta: uma espécie de sorriso quase evidente de satisfação e a certeza e garantia com as quais foram proferidas suas palavras ao longo de 45 minutos, as quais certamente esclareceram as dezenas de dúvidas, que por ventura ainda restavam.
Durante mais de 30 anos trabalhei com o uso de microfones e Câmeras de TV, sempre como profissional de Comunicação, capaz de entender, ao longo do tempo, onde havia uma possibilidade de erro (bem no início, em 1962) e já profissional experiente (em 2000) buscava, com mais facilidade, encontrar o melhor resultado para qualquer texto, locução ou redação.
Foi por aí que pude chegar a uma atuação que considerava boa, obtendo o que na época se usava dizer, em inglês, "feedback" e em português, "retorno, comentário".
Neste período, entendi tudo que era importante para minha atividade, mas também para discursos ou pronunciamentos políticos – como pontuar a análise e estabelecer o grau de comportamento (vocal) de quem faz o uso de sua palavra para transmitir ideias, promessas, realizações, obrigações e o demais que possa depender de interpretação.
Dilma Rousseff, a quem entrevistei naquela época, 2 ou 3 vezes (em Porto Alegre), desde então mostrou-se digna de receber a mais alta nota (pontual) quanto à premissa (ponto do qual se parte para avaliar um raciocínio) de seus seguros e confiáveis discursos e pronunciamentos.
Nos discursos de posse, foram especiais e conclusivas as frases Presidenciais sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Educação (Brasil, Pátria Educadora), Investimentos, Crescimento, Ajuste da Economia, Reforma Política e, para fazer Justiça à Presidenta, a frase que se tornará inesquecível, a do seu pronunciamento sobre a Petrobras.
Lá pelas tantas, a controlada e bem orientada fala da Presidenta cresceu na altura do som – um pouco, só – mas se ouviu em meio à transmissão, de maneira marcante mas não surpreendente, a voz Presidencial e sua aguardada frase: "É preciso preservar e defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos".
Escrevi "aguardada" quanto à fala da Presidenta, porque foi de todas a que mais agradou a totalidade do público presente, que parecia a estava esperando; daí, ter sido a que recebeu a maior ovação, o mais intenso aplauso de todos.
Para definir: a que decretou o apoio indiscutível que Dilma Rousseff conquistara até aquele momento.
A vencedora da eleição mais ferrenha de todas, no país inteiro, a mais dura e inflexível, estava dizendo, com outras palavras, naquele trecho de seu pronunciamento: "Não esqueceremos de quem se aproveitou da maior Empresa da América do Sul para causar menosprezo igual ao sofrido pela nossa PETROBRAS"!
Posso estar errado ao tentar sentir o que disse Dilma Rousseff quando de sua posse, mas o que mais vale para quem escreve com frequência - sobre sentimentos, respeito e admiração - é o fato de que a mim pareceu estar presente à cerimonia, ainda que a milhares de quilômetros distantes.
A verdade, entre outras, pode vir dos ajustes para acelerar o crescimento da economia; ou de eventual mudança na Constituição para permitir que o Governo Federal assuma mais responsabilidade na melhoria da Segurança Pública do Brasil.
E por aí vai; o que também espero – e creio – é que a Presidenta seja cada vez mais compreendida quando falar à população.
Desta forma é importante que a cada dia mais se procure acompanhar e valorizar a Presidenta que a maioria elegeu. Até porque é assim que Dilma Rousseff está se comportando e merece.