ITÁLICO

ACADÊMICOSQUADRO DE EMÉRITOS

Itálico Marcon

Itálico Marcon (Garibaldi, 20 de dezembro de 1938) é um historiador, crítico literário e poeta brasileiro, tendo também desenvolvido carreira na magistratura pública.

Filho dos imigrantes italianos Pedro Marcon e Lúcia Inês Manente, fez seus primeiros estudos em Garibaldi e depois matriculou-se no Colégio do Rosário em Porto Alegre, onde se tornou membro e presidente em 1957 do Grêmio Literário Carlos de Laet. Em 1960 juntou-se ao grupo Nova Geração, iniciando sua atividade como crítico literário em artigos nos jornais Diário de Notícias e Jornal do Dia. Em 1965 lançou O universo poético de Mansueto Bernardi, até hoje considerado uma de suas obras principais. Pedro Vergara, comentando-a, disse que "sem margem de erro, nestas páginas desponta um crítico da mais legítima autenticidade, estuante de impulsos para o conhecimento e a verdade; um espírito vigoroso, armado de um desejo profundo de ver e sentir, e para o qual se devem dirigir, desde já, as atenções e as esperanças da vida literária, nacional e rio-grandense". Produziria vários outros trabalhos sobre Bernardi, sendo um grande estudioso de sua vida e obra. Coordenou, junto com Rovílio Costa, a edição de suas obras completas, publicação que é a principal referência sobre este escritor.

Outros ensaios apareceram nesta década, e em 1969 publicou seu primeiro livro de poesia, Tempo de exílio. Para Vergara, sua obra poética é banhada de um sentimento lírico e elegíaco, penetrado de filosofia humanista, e , em contraste com sua prosa "espelhante, clara e transparente", produz uma poesia "sutil, densa de profundidade, e reservada e esquiva, como algo que foge e se retrai, e custa a confessar-se e render-se", "como a terra que houvesse recebido um banho de água lustral para poder colher o sol e purificar-se". Para o poeta, a poesia seria "uma condição de viver, o alimento de cada dia". Falando de Tempo de Exílio, disse que "é um admirável e imprevisto livro, onde vem cantando a mais bela poesia do Rio Grande do Sul nestes últimos tempos. [...] De repente, Itálico Marcon, como numa rajada luminosa na profundeza da noite, [...] se colocou na plana dos poetas sul-rio-grandenses e brasileiros de mais nítida e mais fúlgida evidência". Para Mário Gardelin, ele é movido por um "fogo sagrado", que o faz transcender os sofrimentos e limitações do homem e revelar em suas imagens uma luminosidade solar.

Na década de 1970, quando foi comemorado o centenário da imigração italiana no Rio Grande do Sul, passou a trabalhar com historiografia da colonização,[2] publicando vários trabalhos que constituem significativa contribuição para a cultura do estado.[8] Foi membro da Comissão Executiva do Centenário da Imigração Italiana e junto com Antônio Mottin coordenou a edição da coleção Estante do Centenário da Imigração Italiana, um importante legado historiográfico. Foi também membro da comissão julgadora dos trabalhos comemorativos do centenário de Alfredo Chaves.

Mais tarde dedicou-se ainda a ensaios filosóficos. Manteve uma das maiores bibliotecas privadas do Brasil, e em 2009 doou 180 mil volumes para o projeto Banco de Livros, voltado à criação de bibliotecas em comunidades carentes.

Formou-se em Direito em 1962 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e foi nomeado procurador de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul em 1963, mediante concurso. Dirigiu a Revista do Ministério Público. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, do Conselho Editorial da editora da Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, da Academia Rio-Grandense de Letras, do Centro Cultural Ítalo-Brasileiro Dante Alighieri, do Círculo de Pesquisas Literárias de Porto Alegre, da Associação Gaúcha de Escritores e da Associação Rio-Grandense de Imprensa.

Deixou vários livros, prefácios para livros alheios, e numerosos artigos em revistas e jornais do Brasil e do exterior. Entre suas principais publicações estão:

  • O universo poético de Manuseto Bernardi, 1965
  • Guilhermino César ou da poesia áspera, vivida e desolada, 1968
  • Tempo de exílio, 1969
  • Ave de rapina, 1971
  • A deriva do homem, 1971
  • Coleção Estante do Centenário da Imigração Italiana, 1975, coordenação (com Antônio Mottin)
  • Obras completas de Mansueto Bernardi, organização, fixação de texto e ensaios críticos, 10 volumes, 1980-1982 (com Rovílio Costa)
  • Imigração italiana no Rio Grande do Sul: fontes históricas, 1988 (com Rovílio Costa)
  • Eduardo Guimaraens ou da plenitude poética, 1990
  • O partido da poesia: um novo humanismo, 1993
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Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 10

Aquiles Porto Alegre

(por Leandro Silva Telles)

Nasceu Aquiles Porto Alegre na cidade do Rio Grande, em 29 de março de 1848, vindo menino para esta mui "leal e valorosa" cidade de Porto Alegre, tornando-se poeta, cronista e historiador.

Sua obra "ILUMINURAS" introduziu o "PARNASIANISMO" entre nós, segundo o professor GUILHERMINO CÉSAR. Característica de suas poesias e das crônicas é o "fatalismo", o acontecimento funesto.

Nosso saudoso confrade e amigo, PEDRO LEITE VILLAS-BOAS, menciona em sua magistral...

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