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Cintia Moscovich toma posse na ARL

23 de maio de 2025

     Cobriu-se de pleno êxito a posse da nova integrante da Academia Rio-Grandense de Letras, Cintia Moscovich, nesta quinta-feira passada (22/05), na Casa da Memória UNIMED, Rua Santa Terezinha, 263, Porto Alegre.

     Cintia Moscovich é escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária. Ao longo de sua carreira também atuou como professora, tradutora, consultora literária, revisora e assessora de imprensa. Agora em 2025 passa a ocupar a Cadeira nº 22, cujo Patrono é Juvenal Octaviano Miller.

     Na cerimônia o Presidente da ARL, Airton Ortiz, declarou:

     “Cintia recebeu diversos prêmios literários, entre os quais o Açorianos, da prefeitura de Porto Alegre, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Brasil-Telecom. Em 2016, foi patrona da 62ª edição da prestigiada Feira do Livro de Porto Alegre.

     Eu costumo dizer que as duas maiores homenagens que um escritor gaúcho pode receber em vida é ser patrono da Feira do Livro de Porto alegre e ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Nessa ordem. Cintia já conquistou o mais difícil. [...]

     Em resumo, os livros de Cintia Moscovich se destacam pela perspicácia na análise das relações humanas, pela força de sua linguagem enxuta e expressiva, pelo uso inteligente do humor e da ironia, e pela construção de personagens ricos e complexos em um contexto urbano contemporâneo.

     Mas a Cintia tem algo que eu considero ainda mais importante do que tudo isso: Cintia Moscovich é minha amiga.”

     O recém empossado Júlio Conte igualmente deixou suas palavras:

     “Cintia Moscovich é essencialmente uma mulher do seu tempo, donde se pode afirmar ser escritora de múltiplos tempo. Tempo da história, do mundo dos afetos, a família, identidade, drama pessoal e o social. 

     Do seu texto emerge questionamentos sobre a família, o racismo, o machismo, os imperativos estéticos, a questão do gênero, e sobre uma crítica ao autoritarismo silencioso.

     Muitos deles quesitos fazem parte de fenômenos hoje pensados sob o vértice do estrutural.

     Cintia aciona seus questionamentos sob vértice da ironia subvertendo a tradição e a obviedade, fazendo emergir valores diversos, resultando na fertilidade de sua literatura. A lucidez da Cintia nos coloca dentro de narrativa onde, ao mesmo tempo se reconhece em contexto histórico e familiar das origens, os complexos espelhos identitários e, num movimento paradoxal, faz emergir do texto em si a crítica e a produção de um outro entendimento no avesso das tradições.

     Emerge questões relacionadas ao imperativo de gênero, o preconceito, o racismo silencioso exposto, o autoritarismo do corpo na crítica à estética obrigatória dos padrões de beleza e revisita lugares comuns investidos pela sua ironia, bom humor e uma razoável dose de indignação.

     Cintia é uma mulher do seu tempo que não se omite de se colocar e desafiar tradições congeladas pela ausência de um pensamento reflexivo. [...]”

     Em seu discurso, a mais nova acadêmica destacou:

     “Nesta noite, não há como não me emocionar, pois uma entidade com a estatura e importância de nossa Academia Rio-Grandense de Letras me acolhe e me integra, confiando-me a cadeira cujo patrono é o honradíssimo Juvenal Miller, homem de inteligência e de ideias superiores, jornalista aliado aos ideais da República e da liberdade, biografia que me faz maior do que sou. Antes de mim, esteve nessa cadeira nosso ex-presidente, o insigne jurista Sérgio Augusto Pereira de Borja, antecessor que muito me honra e que me inspira ao melhor.

     A cerimônia de hoje se faz realizar nesse ambiente tão agradável que o confrade May nos oferece e que se chama, tão poética e significativamente, de Casa da Memória. Receber a honraria que recebo num lugar assim nomeado adquire uma simbologia de força transcendente. [...]”

Rossyr Berny, Jornalista, Mtb 4747 - ARL
Presidente do Fórum Rio-Grandense
 das Academias de Letras


Confira a seguir os discursos na íntegra:

Discurso de Airton Ortiz

Discurso de Júlio Conte

Discurso de Cintia Moscovich

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Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 32

Pedro Velho

Pedro de Castro Velho nasceu em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul, em 29 de junho de 1879, sendo filho de Francisco Velho e Dulce de Castro Velho. Poeta boêmio nunca teve ocupação certa. Foi um dos mais populares da geração literária de seu tempo em Porto Alegre. Faleceu em Porto Alegre, capital gaúcha, no dia 06 de setembro de 1919.

Bibliografia: Ocasos, versos, Porto Alegre, Livraria Americana, 1906. 2a. Edição com acréscimos, póstuma, Porto Alegre, Globo, 1920. Inéditos e esparsos de Pedro Velho publicados por Walter Spalding...

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