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Falecimento do Presidente de Honra Francisco Pereira Rodrigues
14 de novembro de 2020
É com imenso pesar que a Academia Rio-Grandense de Letras comunica o falecimento do seu Presidente de Honra Francisco Pereira Rodrigues, ocorrido neste dia 14 de novembro de 2020.
Francisco Pereira Rodrigues nos deixa aos 107 anos de idade, legando-nos uma exemplar trajetória na literatura, na vida pública, no fazer jurídico e na esfera pessoal. Na Academia, Francisco Pereira Rodrigues ocupou a Cadeira 39 (cujo patrono é Francisco Ricardo), para a qual foi eleito em 1979, na sucessão de Dario de Bittencourt.
Francisco Pereira Rodrigues foi advogado, auditor fiscal, político, poeta, romancista, contista e historiador. Filho de Amaro Joaquim Rodrigues e Laudelina Pereira Rodrigues, de uma família de três irmãos, nasceu em 23 de abril de 1913, em Santo Amaro, na época distrito e sede do Município de General Câmara, no Rio Grande do Sul.
Cursou o ensino primário na sua terra natal e Santa Maria, e o ensino secundário nas cidades de Garibaldi e Canoas. Sagrou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Cruz Alta, onde foi orador de sua turma.
Iniciou sua vida profissional como auxiliar de escrita, escriturário e secretário-geral da Prefeitura Municipal de Santo Amaro. Foi apontador de carga e conferente do Porto de Rio Grande, ajudante e fiel do Porto de Porto Alegre, escriturário da Exatoria Estadual de Santa Maria, vindo a aposentar-se como Fiscal do ICM do Estado do Rio Grande do Sul.
Como político, sempre privilegiou a educação e a cultura, desenvolvendo a vereança numa época em que os parlamentares não recebiam remuneração, tendo sido Vereador por Itaqui, de 1948 a 1952. Defensor da democracia e do fortalecimento do poder legislativo, idealizou e foi o relator geral do 1° Congresso de Vereadores realizado no Brasil, em setembro de 1948.
Foi vereador pela cidade de Taquari de 1952 a 1956 e pela cidade de Farroupilha de 1956 a 1960, culminando por ser prefeito do município de General Câmara nos anos de 1960 a 1964.
Mudou-se depois para Porto Alegre, onde construiu sólida carreira literária: publicou 41 obras literárias, além de mais de uma centena de artigos sobre os mais diversos assuntos, contos, poesias, discursos, entrevistas, conferências em diversos jornais e Revistas Especializadas.
Foi Sócio Benemérito e foi Presidente da Estância da Poesia Crioula no período de 1988 a 1989 e Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, além de ter integrado diversas outras entidades literárias, tais como: Casa do Poeta Rio-Grandense, Grêmio Literário Castro Alves, União Brasileira de Escritores, Academia Sul-Brasileira de Letras, Sócio Benemérito da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel.
Entre as diversas láureas recebidas, destaca-se, da Câmara Municipal de Porto Alegre, que através da Lei Nº 11.308, de 2 de julho de 2012, “Concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Francisco Pereira Rodrigues”.
Vários acadêmicos se pronunciaram sobre a perda do estimado confrade:
“Perdemos um grande amigo e uma figura notável da nossa Academia.” (José Eduardo Degrazia – Cadeira 1)
“Nossa Academia enlutada! Grande figura humana, deixou-nos belas lições.” (José Édil de Lima Alves – Cadeira 3)
“Uma longa narrativa de vida. Todas homenagens serão justas e bem-vindas.” (Luiz Coronel – Cadeira 26)
"Francisco Pereira Rodrigues foi testemunha de mais de um século de história, e sua própria vida é testemunho das maiores virtudes humanas, aquelas que são a força motora dos mais belos capítulos da história." (Rafael Bán Jacobsen - Cadeira 29)